segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Banana pra dar e vender


Não estou aqui fingindo desconhecer o evidente apelo da maior cerimonia de premiação cinematográfica do mundo, afinal de contas este evento sustenta há algum tempo a estética do entretenimento e consumo hollywoodiano.

Enquanto a ideologia das celebridades e dos blockbusters é premiada em Los Angeles, milhares de brasileiros, cinéfilos baseados em "temperatura máxima", torcem fanaticamente pelas raras indicações do terceiro mundo ao prêmio mais desejado do cinema mundial.

Entretanto isso tudo não me diz respeito. Os vestidos, os paparazzis , o tapete vermelho.Toda esta contravenção parece intimidar o cinema político e poético esquecido pelos prêmios e orçamentos grandiosos dos monopólios de distribuição.

A verdade é que o cinema de qualificação artística do mundo inteiro segue subjugado por uma estética imperialista que nunca reconheceu maneiras diferentes de se fazer um filme. Não adianta relativizar e suavizar a crítica a este modelo. Chega de banana aos macacos. Aliás banana para Globo Filmes, banana para o moralista e cafona Cisne Negro e banana para o oportunista Vik Muniz e sua evidente exploração à "cosmética da fome", que distorce e ridiculariza os objetivos expostos pelo Cinema Novo no Brasil.

O legal de tudo isso é que tem gente a beça que não se importa com o Oscar, e a mesma Sony que desgraça a distribuição de filmes no mundo, viabiliza através de suas contradições tecnológicas o material para o desenvolvimento do cinema independente no mundo.

SARAVÁ

Pedro Vasconcelos.