terça-feira, 24 de agosto de 2010

Satart



Admiro roupas coloridas, óculos extravagantes e posturas teoricamente anti-convencionais. Longe de mim estabelecer uma hierarquia artística e cultural, mas existe algo de muito esquisito acontecendo por aqui. Concordo plenamente com a relatividade dos “gostos”, prefiro sim a intensidade cultural de grandes artistas brasileiros como Glauber Rocha, Caetano Veloso, João Gilberto e Guimarães Rosa, mas sem provincianismo não nego a significativa importância de infinitos grandes artistas estrangeiros.
O que não dá pra deixar de negar é o fato de que sempre fomos acometidos por um turbilhão de influências imperialistas norte americanas e européias. Até a década de 80 lidávamos muito bem com isso. Em uma espécie de coleta seletiva os verdadeiros artistas absorviam elementos culturais estrangeiros e os transformavam de uma maneira maravilhosa em cultura nacional. Ou seja, os lixos estrangeiros e nacionais sempre existiram, mas paralelamente a isto, existiam também os não “caretas”, aqueles que burlavam a ordem do consumo e lançavam mão de um contraponto entre as culturas.
E hoje? Hoje o “careta” sou eu. Que insiste em procurar alguma profundidade nas coisas “novas” e “rebeldes” que me enfiam goela abaixo todos os dias. Por exemplo RESTART, cultura nacional, um tal de rock feliz, que chega dar tristeza de tanta futilidade, vai ver é influência da imperatriz da moda Lady Gaga que ensinou aos jovens de cabelo verde que vestir é prioridade em mundo que anda se esquecendo de existir. Restou aos caretas, antiquados e sem dinheiro o rótulo de independentes.
Devo estar precisando de um RESTART em minhas convicções artísticas. “Restart, reset ou reboot, termo comumente utilizado para designar o religamento de um equipamento eletrônico” (definição encontrada em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Restart").
Pedro Vasconcelos.
A turma do Zé pretinho.

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